terça-feira, 1 de novembro de 2016

Lição do livro - p. 273

TEXTO 3 - p. 272


A Jesus Cristo Nosso Senhor

Soneto

(Gregório de Matos)

Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
Da vossa alta clemência me despido,
Porque, quanto mais tenho delinquido,
Vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto um pecado,
A abrandar-vos sobeja um só gemido:
Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
Vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida, e já cobrada
Glória tal, e prazer tão repentino
Vos deu, como afirmais na Sacra História,

Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada,
Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino,
Perder na vossa ovelha a vossa glória.

(WISNIK, José Miguel (Org.). Poemas escolhidos. São Paulo: Cultrix, s/d. p. 297. apud FARACO, MOURA, MARUXO JR. Língua Portuguesa: linguagem e interação. 2. ed. - São Paulo: Ática, 2013.)




1. A estrutura do poema é de um soneto. O soneto italiano é uma forma fixa, que se constitui de dois quartetos e dois tercetos, com versos decassílabos.

2. Tenho-vos mais empenhado a perdoar/ Tem-vos lisonjeado para o perdão/ Perder a vossa glória na vossa ovelha.

3a. A Jesus Cristo. "Senhor" e "Pastor Divino".
3b. Tem relação com a referência a pastores que cuidam e cercam suas ovelhas, além do aspecto religioso do poema. 

4. Que existe uma condição para o perdão, e esta se da pela condição divina de Jesus.

5. Ele faz referência à parábola da ovelha desgarrada.

6. Ele pode perder a glória de que é portador.


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