Após uma aula em que li para a turma o conto "Um apólogo", de Machado de Assis, falei das características do gênero. As crianças entenderam. Fizemos as questões de interpretação do texto, assistimos a uma animação do conto, por fim, uma proposta para produzir um conto ou apólogo.
Abaixo, os melhores textos produzidos.
Samara 6D/2021 |
Estrada
Era uma vez um homem que viajava em uma carroça puxada por um cavalo preto com partes grisalhas. Enquanto fazia o seu trabalho puxando a carroça em uma estrada esburacada e cheia de pedras, o cavalo ouviu um barulho ou voz:
_ Ai, ai, ai... Como dói! Como dói!
_ Quem é que reclama tanto? _ perguntou o cavalo.
_ Eu. Por quê? Algum problema? _ falou a roda da carroça.
_ Sim, essa reclamação toda está me deixando mais cansado do que já estou! _ respondeu o cavalo já sem paciência.
A roda olhou feio para o cavalo e falou:
_ Cansado? Duvido que esteja tão cansado quanto eu que carrego todo esse peso em minhas costas, além de que fico rodando sem parar nesta estrada cheia de buracos e pedras. Ah, claro! Eu não poderia esquecer que ninguém me limpa há dias. Dias!
_ Não sei porque você está com toda essa impugnação. Também passo por tudo isso. Já estou ficando velho e não faço todo esse escândalo só porque estou cansado. _ retrucou o cavalo.
_ Você não entende o meu lado da história e claramente não entenderia, pois cavalos vivem só uma vez. _ disse a roda.
_ Como assim? _ perguntou o cavalo.
_ Eu sou uma roda feita de madeira, tive muitas vidas, eu já fui uma árvore, depois uma casa, uma vendinha de legumes e agora sou uma roda. Além disso, quando eu ficar gasta ou quebrar, virarei lenha. E só aí que eu partirei dessas minhas vidas cansadas. Já você, acho que não entenderia. Além do mais, só tem uma vida.
_ Bom, agora entendo o porquê de você reclamar como uma velha! Sei que deve estar cansada de tantas vidas, mas veja o lado bom. Você conheceu muitos lugares! _ disse o cavalo.
_ Depois de toda essa confusão, o homem que viajava, tinha chegado em seu destino, enquanto a roda e o cavalo viraram amigos.
(Samara, 6D/2021)
O arroz e o feijão
Era uma vez o feijão e o arroz. Eles brigavam pra ver qual era a melhor comida. Eles dois brigavam no carrinho de compras. Então chegam na casa. A mulher que estava carregando, coloca eles na panela. A briga continuava no fogão, cada um na sua panela. Os humanos não conseguiam ouvir. O feijão falava: "Eu sou mais nutritivo." O arroz falava: "Não, eu que sou mais nutritivo".
Depois que eles saíram da panela, a mãe juntou eles dois no prato e disse pro filho: "Os dois juntos são muito importantes."
Eles se desculparam e viveram felizes para sempre.
(Maik, 6E/2021)
O bule e a xícara
Em um dia de muito frio, estavam discutindo a xícara de cristal e o bule de prata. A xícara iniciou a discussão dizendo:
_ Você não faz nada? Só fica parado esperando que te sirvam a mim?
O bule disse:
_ Sua única função é ficar com o café do rei, esperando esfriar para ele reclamar furioso.
A xícara refutou:
_ Quem vai até os lábios do rei? Ah, sou eu! E olho pra você, és de prata, material de baixa qualidade. Eu sou de cristal! Muito mais caro e valioso.
(Silêncio)
Quando bate o sino das quatro horas, vem o rei à cozinha. Alimenta-se e volta às suas atividades. Após isso, vem o empregado, que leva a xícara à pia e a quebra sem querer.
E o bule disse:
_ Hahaha... Está vendo? De que vale ser de cristal, se és frágil? Você será substituído e eu continuarei servindo ao rei.
A xícara, furiosa, ficou calada esperando que a jogassem no lixo.
(João, 6E/2021)
O lápis e a caneta
Num estojo escolar, vivia uma caneta e um lápis. Os dois sempre viveram em harmonia, porém, um dia, o lápis resolveu incomodar a caneta, pois ele se achava muito mais importante do que ela. Eles tiveram uma conversa mais ou menos assim:
_ Você é engraçada, hein? Se alguém cometer um erro de escrita com você, não da para apagar. Nem sei porque você é tão amada pela nossa dona.
_ O que eu te fiz? _ dizia a caneta _ Eu sempre vivi tranquilamente com você!
_ Pois saiba que isso acabou! Acho melhor se retirar, pois você não serve.
_ Nós somos igualmente importantes. Afinal, enquanto você faz rascunhos, eu finalizo. Você não precisa ser tão invejoso.
_ Invejoso!? _ dizia o lápis com raiva _ Escuta aqui. Acho bom você saber que eu sou o mais importante daqui!
Enquanto o lápis gritava com a caneta, falando vários motivos para ser considerado melhor do que ela, a caneta apenas ignorava. O lápis acabou gritando tanto que a ponta dele acabou se quebrando brutalmente. A caneta, após perceber o acontecimento, falou:
_ Está vendo? Você ficou se achando o mais importante, mas no final, quebrou a ponta. Se você não fosse invejoso, isso não aconteceria.
O lápis se arrependeu instantaneamente e permaneceu quieto. Após esse dia, o lápis nunca mais a incomodou. Um bom tempo depois, ele se desculpou e eles viraram os melhores amigos. Ficavam cada vez mais felizes, toda vez que trabalhavam juntos.
(Natália, 6E/2021)
Crianças do 6° ano!? Verdadeiros escritores!! Que histórias incríveis!
ResponderExcluirObrigada pelo comentário, Ana.😌
ResponderExcluir